Poetas do Amor, da Revolta e da Náusea é uma antologia inédita de textos, desde o século XII até ao século XX, reimaginados pelo génio surrealista de Mário Cesariny.
Preparado logo após o 25 de Abril de 1974, este projeto começou por ser um espetáculo de teatro, mais tarde reformulado como uma série de filmes para televisão, desejo nunca concretizado. Aqui, encontramos prosa, poemas ou peças de teatro de «adesão exaltada», «repúdio apaixonado» e «desprendimento violento e suicida» que inspirem a revolução: Camões, Mariana Alcoforado, Bocage, Natália Correia, entre tantos outros, são alguns dos nomes que se veem submetidos ao corte, colagem e remodelação por parte de Cesariny para figurarem num «espectáculo-filme da literatura portuguesa». A edição é de Fernando Cabral Martins, com a colaboração de Luis Manuel Gaspar.
Na mesma ocasião, chega às livrarias Poesia de Mário Cesariny: antologia, uma revisitação de toda a obra do grande poeta surrealista também pensada por Fernando Cabral Martins. Esta é a oportunidade de conhecer, texto a texto, alguns dos mais belos poemas da língua portuguesa. Mário Cesariny será o poeta homenageado no encontro de poesia Carmina 4, que decorrerá de 23 a 26 de novembro. Trata-se de uma iniciativa da Fundação Cupertino de Miranda, em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que reúne um grupo de especialistas em literatura numas jornadas em torno da palavra poética: conversas, debates, apresentações e muito mais.
Os livros já se encontram em pré-venda aqui e aqui, e estarão disponíveis nas livrarias a 16 de novembro.
SOBRE O AUTOR
Mário Cesariny nasceu em Lisboa, em 1923. Em Paris conheceu André Breton e, regressado a Portugal, foi um dos principais fundadores do movimento surrealista português. A sua postura polémica na defesa de um surrealismo autêntico levou-o, porém, a deixar o grupo no ano seguinte para criar, com Pedro Oom e António Maria Lisboa, o grupo surrealista dissidente. Foi um dos mais brilhantes poetas portugueses do século xx e desenvolveu também um percurso absolutamente notável no campo das artes plásticas. Em 2002 foi distinguido com o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas e em 2005 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, entregue pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Faleceu em 2006.