2024-09-17

Tudo o que há de superlativo na natureza

No centenário de Sebastião da Gama, reúne-se pela primeira vez toda a poesia conhecida do poeta que cantou como ninguém o amor à natureza

Partilhar:

É nestes versos, ora densos, ora leves, que encontramos algo que poderíamos descrever como «ecocrítica»: no seu empenho pela preservação da Serra da Arrábida, Sebastião da Gama mostra-nos o que há de superlativo nos espaços que nos rodeiam, exercendo o seu olhar de pedagogo e generosidade na partilha de saberes.

O Inquieto Verbo do Mar conta ainda com alguns documentos úteis ao estudo desta poesia, tais como uma cronologia detalhada da vida do poeta e acontecimentos sobre a sua obra; um anexo biobibliográfico comentando cada livro aqui contido e um posfácio de João Reis Ribeiro, que preparou esta edição, iluminando alguns pontos destas composições.

 

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 19 de setembro.

 

Numa parceria com a Associação Cultural Sebastião da Gama, o lançamento do livro realiza-se a 4 de outubro, pelas 18:30, na Casa da Cultura, em Setúbal, com apresentação de Viriato Soromenho-Marques.

 

ELEGIA BREVE

 

Ai a beleza das rosas!…

Porque não morro antes delas

Quando passo no jardim

E, enquanto as olho, se fanam

Sem terem pena de mim?

 

SOBRE O AUTOR

Sebastião da Gama nasceu em 1924 e morreu em 1952. Foi poeta e professor. A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia, que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal motivada pela tuberculose. Além da obra citada, merecem referência Cabo da Boa Esperança (1951) e Campo Aberto (1950). O seu Diário, editado postumamente em 1958, é um interessantíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa reflexão sobre o ensino, escrita numa prosa de grande qualidade.