Amadeo de Souza Cardoso - Fotobiografia
Catálogo Raisonné, Vol. 1
SINOPSE
CRÍTICAS DE IMPRENSA
Esta fotobiografia, com base numa selecção rigorosa de documentos visuais e escritos, "foi feita em função do objectivo definido de traçar um mapa do seu percurso artístico", afirma Helena de Freitas, coordenadora da edição. É assim que nasce uma "malha" de texto e imagem que permite diferentes aproximações à vida e aos diferentes momentos do percurso criativo de Amadeo. É verdade que as obras só surgem num segundo plano, o acesso que se tem a elas é mediado pelas contingências mundanas da vida do artista, mas este tipo de mediação nem sempre se ergue como barreira e muitas vezes surge como portal de acesso a um mundo.
A todos os níveis esta edição torna público e acessível um conhecimento fundamental para a caracterização da história da arte portuguesa mais recente. Sobretudo, tratando-se do artista que foi tão longe quanto era possível: é notável que tendo nascido 1887 em Manhufe, perto de Amarante, tenha exposto nas mais importantes mostras mundiais, como o Armory Show, nos EUA, o Erster Deutscher Herbstsalon, no London Salon of the Allied Artist's Association, entre bastantes outras. Note-se que no início do século XX (estas exposições realizam-se entre 1913 e 1915) Manhufe e mesmo Portugal eram muito mais distantes, em termos da geografia dos centros artísticos mundiais, que o que são hoje.
O percurso de Amadeo, mesmo não tendo em consideração juízos sobre as suas produções, é notável. Viveu em Paris, onde estudou arquitectura. Privou com Modigliani, Max Jacob, Robert Delaunay e Archipenko (por volta de 1910). Em 1915, devido à I Guerra Mundial, regressa a Portugal. É durante esse período que desenvolve parte dos projectos (exposições) comuns com o casal Delaunay (que habitava em Vila do Conde). É nesta altura que a nasce a sua amizade com Almada Negreiros e o grupo do Orpheu, órgão principal do futurismo português. Em 1916, realiza a primeira exposição individual em Portugal, intitulada Abstraccionismo (descrita por Almada como exposição "impressionista, cubista, futurista, abstraccionista"), e publica o álbum 12 Reprodutions. Morreu novo, em 1918, vítima de gripe espanhola, mas os breves 31 anos da sua vida foram os suficientes para se assumir como um dos momentos mais significativos e importantes da história da cultura portuguesa mais recente.»
Nuno Crespo, in Diário de Notícias
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