Watt

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ISBN: 978-972-37-1000-7
Edição/reimpressão: 05-2005
Editor: Assírio & Alvim
Código: 78533
Coleção: O Imaginário
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SINOPSE

"Watt" marca o início da carreira literária de Samuel Becket no pós-guerra. É fruto dos anos de trabalho passados nas montanhas Vauclase, escondido da Gestapo, que viriam mais tarde a inspirar também "Waiting for Godot". Ao contrário da obra subsequente, "Watt" mantem-se, na sua essência, extremamente irlandês, sendo um romance filosófico pleno do humor sinistro que caracterizara as suas primeiras ficções, como "More Pricks Than Kicks" e "Murphy". As deambulações de Watt, especialmente em casa do excêntrico Mr. Knott, e as descrições lógicas para suscitar sentido contam-se certamente entre as invenções mais cómicas da literatura moderna. Publicado pela primeira vez pela libertina Olympia Press em 1953, "Watt" tornou-se um dos mais apreciados e citados romances de Beckett. As singularidades e omissões tipográficas foram mantidas tal como Beckett as deixou no texto.
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COMENTÁRIOS DOS LEITORES

O inesquecível Watt
Ana Gonçalves | 2019-03-08
Satírico, humorístico e filosófico o livro relata as aventuras de Watt, amante da rotina, e do enigmático Mr. Knott. Samuel Beckett afirmou que a escrita de Watt terá sido a forma encontrada de não cair na loucura, isto após a fuga do escritor e da mulher de uma Paris ocupada pelos nazis. É também notório que apesar dos tempos particularmente difíceis Beckett conseguiu escrever uma história num contexto de inexorável liberdade individual. A tradução de Manuel Resende merece também uma palavra de reconhecimento.

DETALHES DO PRODUTO

Watt
ISBN: 978-972-37-1000-7
Edição/reimpressão: 05-2005
Editor: Assírio & Alvim
Código: 78533
Coleção: O Imaginário
Idioma: Português
Dimensões: 137 x 209 x 65 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 300
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Romance
PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1969

Romancista e dramaturgo irlandês, Samuel Barclay Beckett nasceu a 13 de abril de 1906 na cidade de Dublin. Oriundo de uma família protestante abastada, estudou na Portora Royal School antes de ingressar no Trinity College da sua terra natal. Após ter conseguido o bacharelato em Estudos Franceses e Italianos, no ano de 1927, Beckett começou a trabalhar como professor em Belfast. Mudando-se para Paris, passou a frequentar a pequena comunidade literária de expressão britânica que se reunia na famosa livraria Shakespeare and Company de Sylvia Beach, onde conheceu James Joyce. Auxiliou o compatriota na preparação do manuscrito de Finnegan's Wake (1939) e lecionou Inglês na École Normale Superieure .
Em 1930 Beckett estreou-se como poeta, ao publicar Whoroscope, um monólogo dramático que fazia protagonizar pelo filósofo francês René Descartes, que empreendia uma meditação sobre os mistérios de Deus, da vida e da morte, enquanto esperava pelo seu pequeno-almoço, uma substancial omeleta. No ano seguinte reuniu uma coletânea de ensaios com o título Proust (1931) e, de regresso a Dublin, licenciou-se pelo Trinity College, o que valeu uma posição como docente de Francês nessa mesma instituição. A morte do pai trouxe-lhe uma herança considerável, recebida em anuidades, facto preponderante na decisão de abandonar a carreira académica em 1932, com o firme propósito de se dedicar inteiramente à escrita.
Julgando Londres um meio mais propício a oportunidades, mudou-se para esta cidade em 1933. Imiscuindo-se na boémia londrina, publicou, no ano seguinte, o seu primeiro romance, More Pricks Than Kicks (1934). Seguiu-se um período difícil na sua vida, marcado por visitas regulares a um psicanalista, entre os anos de 1935 e 1936. Em 1938 foi apunhalado por um proxeneta e hospitalizado. Nesse mesmo ano de 1938 publicou Murphy, obra em que Beckett analisava o mundo da prostituição. Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, Samuel Beckett partiu da Irlanda para a França, para se juntar às fileiras da Resistência mas, procurado pelos Nacional-Socialistas, foi obrigado a fugir para o Sul do país, escondendo-se no Roussillon durante dois anos na companhia de uma estudante de piano, Suzanne Dechevaux-Dumesnil, com quem viria eventualmente a casar em 1961.
Trabalhando como lavrador, Beckett continuou a escrever, elaborando o manuscrito do seu segundo romance, que veio a ser publicado em 1953 com o título Watt.
Finda a guerra, Beckett esteve ao serviço da Cruz Vermelha em Paris. Passou a escrever em francês, publicando uma trilogia narrativa composta por Molloy (1951), Malone Meurt (1951) e L'Innommable (1953), e as suas peças de teatro mais famosas, En Attendant Godot (1952), Fin De Partie (1957) e Oh Les Beaux Jours (1961). Estas obras consagraram Beckett como um dos nomes mais proeminentes do teatro do absurdo, lidando com temas complexos e existencialistas como a desilusão, o sofrimento e o absurdo da condição humana. Em Beckett, a ironia amarga resulta de um violento contraste entre a esperança que o homem coloca na sua existência e o que realmente obtém dela.
O ano de 1959 marca o regresso do autor à língua materna, publicando Krapp's Last Tape, peça de teatro em que um velho se senta só num quarto a ouvir gravações do seu passado.
Beckett foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1969, e conta-se que terá utilizado a soma recebida pela Real Academia Sueca em auxílio de artistas necessitados.
Faleceu a 22 de dezembro de 1989 após ter sido hospitalizado por problemas respiratórios.

Samuel Beckett. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
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