2019-11-05

A Obra Poética de David Mourão-Ferreira

A edição definitiva de um dos grandes poetas da nossa língua

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A poesia completa de David Mourão-Ferreira chega finalmente às livrarias a 7 de novembro com a chancela Assírio & Alvim.

Desta edição de Obra Poética, organizada e revista por Luis Manuel Gaspar com a colaboração de David Ferreira, fazem parte todos os livros e conjuntos de poemas organizados e publicados pelo autor, nomeadamente Obra Poética 1948-1988, com introdução de Eduardo Prado Coelho, e a sua obra posterior: Lisboa — Luzes e Sombras (1992), Música de Cama (1994), e Rime Petrose, cinco sonetos publicados na revista Colóquio/Letras em janeiro de 1995. Inclui ainda o Cancioneiro de Natal, iniciado em 1960 e que o autor considerava uma «obra “aberta” ou “em suspenso”», e agora concluído com um poema de 1995, «Som de Natal».


PACTO
Do pacto que o Verbo celebrou comigo
há sempre um artigo que sempre subsiste

Deixar que as palavras apenas exprimam
o que sem palavras tentava exprimir-se

Deixá-las que rompam da noite da vida
para que suspendam a morte do dia

SOBRE O AUTOR

David Mourão-Ferreira nasceu em Lisboa em 1927. É uma das figuras mais importantes da literatura e da cultura portuguesas do século xx, com uma vasta obra que abrange a poesia, o romance, o conto e a dramaturgia, para além de ter sido também um destacado cronista e tradutor. Frequentou o Colégio Moderno e licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951. A partir de 1958, tornou-se assistente na mesma faculdade. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Colaborou ativamente em jornais e revistas, entre os quais o Diário Popular, a Seara Nova, a Távola Redonda e a revista Graal. Depois do 25 de Abril de 1974, foi diretor do jornal A Capital e diretor-adjunto de O Dia. De 1976 a 1979 desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura e a ele se deve a criação do Museu Nacional de Literatura, no Porto, e da Companhia Nacional de Bailado. Trabalhou também na televisão, nomeadamente enquanto autor de programas como «Imagens da Poesia Europeia» (RTP). A sua obra, quer de poesia quer de ficção narrativa, foi reconhecida com diversos prémios, entre eles o Prémio Nacional de Poesia (1971, para Cancioneiro de Natal), o Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literários (1980, para As Quatro Estações) e, para Um Amor Feliz (1986), os prémios de Narrativa do Pen Clube Português, o Prémio D. Dinis, o Prémio de Ficção do Município de Lisboa e o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Em 1996, foi-lhe atribuído o Prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores. Faleceu em Lisboa a 16 de junho de 1996.