2022-01-12

Com o coração no lugar da pátria perdida

O Busto do Imperador, de Joseph Roth, é o novo título da coleção Gato Maltês

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Escrita no exílio francês de Joseph Roth e publicada no jornal parisiense de língua alemã Pariser Tageblatt, em 1935, a novela O Busto do Imperador constitui, por um lado, uma tentativa de fuga da realidade que se vivia na altura na Alemanha e na Áustria, por outro, representa uma defesa utópica dos valores de tolerância resultantes do cosmopolitismo, traço essencial do Império Austro-Húngaro. Com tradução a partir do alemão, notas e introdução de Álvaro Gonçalves, esta edição abarca uma cronologia da vida e obra de Joseph Roth, bem como uma carta do autor a Gustav Kiepenheuer, o seu editor alemão.

 

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 13 de janeiro.

 

Sobre o livro

Na pequena aldeia de Lopatyny, situada na antiga Galícia Oriental, onde o próprio Roth nasceu, vive o velho conde Franz Xaver Morstin. Relíquia do derrotado Império Austro-Húngaro, é obrigado a conformar-se com a diminuição do seu estatuto e com as trágicas mudanças ocorridas na Europa após a Primeira Guerra Mundial. Só um busto em arenito barato, representando a figura do Imperador Francisco José, feito «pela mão desajeitada dum jovem camponês» e colocado em frente à sua casa lhe dá a vã ilusão de nada ter mudado.

 

Sobre o autor

Joseph Roth Nasce em 1894 em Brody (Galícia Oriental). Após ter feito a formação primária e secundária nesta cidade, continua os estudos universitários em Lemberg e, posteriormente, em Viena. Participa na Primeira Guerra Mundial. A partir de 1918, trabalha como jornalista e cronista, primeiro em Viena e depois em Berlim. De entre vários romances e novelas escritos na Áustria e no exílio, destacam-se Hiob (Job) e A Marcha de Radetzky. Enfraquecido pelo consumo excessivo de álcool e não resistindo a uma pneumonia, morre em 1939, no Hôpital Necker (hospital parisiense destinado aos pobres).