2017-06-30

O grande livro de Nikolai Gógol, o seu grande livro sobre a Rússia

Nova edição de Almas Mortas chega na próxima semana às livrarias

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Se Púchkin foi o grande poeta da literatura russa moderna, Nikolai Gógol foi o seu grande prosador. E Almas Mortas o seu grande livro, cuja edição da Assírio & Alvim, traduzida diretamente do russo, regressa a 6 de julho às livrarias. Gogól imaginou uma grande obra épica que não só retratasse a Rússia como lhe delineasse o futuro. Imaginou essa obra em três tempos, à maneira da Divina Comédia, por esta ordem: o inferno, o purgatório, o paraíso. Pelas vicissitudes da sua vida e do seu percurso espiritual, o autor ficou-se pelo inferno, ou seja pelo primeiro tomo de Almas Mortas – do segundo tomo existem apenas alguns capítulos, incluídos nesta edição. Conta a chegada do vigarista Tchítchikov a uma cidade provinciana da Rússia esclavagista com o intuito de comprar aos senhores da terra locais, para fins inconfessáveis, «almas mortas» (servos da gleba já falecidos mas que ainda constavam dos registos de recenseamento como vivos). Estilo mordaz mas subtil, uma veia satírica e uma escrita moderna ainda hoje inimitáveis, aprofundamento dos caracteres até ao osso — é assim Almas Mortas.



SOBRE O AUTOR

Nikolai Gógol nasceu a 20 de março de 1809 na província de Poltava (Ucrânia), no seio de uma família de médios proprietários rurais (1200 hectares e 200 servos da gleba). Partiu jovem para Petersburgo, a fim de fazer carreira. Passou grande parte da sua vida em viagens pelo estrangeiro e pela Rússia. Depois de uma lenta agonia, morreu a 21 de fevereiro em 1852, num estado de ascese e em grande sofrimento. Na Assírio & Alvim estão já publicados os livros Contos de São Petersburgo, O Capote, O Inspector, Mírgorod, Noites na granja ao pé de Dikanka, O Retrato, Avenida Névski, O Nariz e Diário de um Louco.