2019-10-23

O Livro do Joaquim

Um livro-diário sobre a amizade, de Daniel Faria, em nova edição que inclui fac-símile do manuscrito

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A 31 de outubro a Assírio & Alvim publica O Livro do Joaquim, de Daniel Faria, jovem poeta falecido há 20 anos. Escrito entre 1993 e 1996 e há muito esgotado, este livro apresenta-nos um conjunto de notas poéticas em forma de diário, que o autor destinou a um grande amigo seu. Esta obra, com edição, notas e posfácio de Francisco Saraiva Fino, inclui o fac-símile do manuscrito, conservando o formato de livro concebido pelo autor e reforçando assim o carácter íntimo e confessional destes seus escritos.

«A edição de O Livro do Joaquim em 2007 não passou despercebida aos leitores de Daniel Faria, que souberam desde cedo libertar as ondas destes fragmentos com olhar atento e generoso, amando-os e propagando-os mesmo quando a sua ausência nas livrarias se verificou durante alguns anos. [Francisco Saraiva Fino, na nota de edição]
«Na amizade, muitas vezes, a distância é o lugar mais próximo e de maior proximidade, isto é, onde a presença do outro de tão inteira já não pode ser medida. Sendo um lugar cheio de saudade, esse é também um lugar feliz, porque aí sem cessar se regressa e avista.
É como o movimento de quem caminha num espaço alto e estreito: é preciso separar os braços e desunir as mãos, para que possa alcançar-se o equilíbrio.» [Daniel Faria]

SOBRE O AUTOR

Daniel Faria nasceu em Baltar, Paredes, a 10 de abril de 1971. Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa – Porto, tendo defendido a tese de licenciatura em 1996. No Seminário e na Faculdade de Teologia criou gosto por entender a poesia e dialogar com a expressão contemporânea. Licenciou-se em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Durante esse período (1994-1998) a opção monástica criava solidez. A partir de 1990, e durante vários anos, esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos, Marco de Canaveses. Aí demonstrou o seu enorme potencial de sensibilidade criativa encenando, com poucos recursos, As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno. Faleceu a 9 de junho de 1999 quando estava prestes a concluir o noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga.