Adrenalina é o novo livro de Filipa Leal, uma obra que leva a autora a fazer o balanço: «O meu primeiro livro de poemas foi publicado em 2004, há 20 anos. Acho que este é um exercício de maior reflexão, talvez, sobre a maturidade. Sobre a vontade de não ter pressa, e não conseguir. Há um conflito entre a ansiedade do quotidiano no século XXI, esta urgência de viver, e uma vontade de dizer à própria vida: tem calma, não tragas mais surpresas, por favor, porque, às vezes, são más. É um espelho da infância, da adolescência, da família, do amor, da amizade, dos pequenos e dos grandes desastres... Mas, como sabemos (e o livro ainda esteve para se chamar assim): os espelhos mudam muito com o tempo.»
O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 3 de outubro.
No âmbito do programa FÓLIO Mais do FÓLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, a 16 de outubro, pelas 16h00, realiza-se na Livraria de Santiago uma apresentação do livro conduzida por Inês Meneses.
Para escrever poemas, é preciso ter o punhal de Caravaggio
encostado à língua: «nem esperança, nem medo»
Não esperem de um poeta que vos corte a língua
O poeta quer ouvir tudo, apesar de tudo, e até de manhã
Não esperem de um poeta que vos corte o coração
Não sabe, não foi o poeta que cortou o dele
SOBRE A AUTORA
Filipa Leal nasceu no Porto em 1979. Duas das suas obras mais recentes, Vem à Quinta-Feira e Fósforos e Metal sobre Imitação de Ser Humano, foram finalistas do Prémio Correntes d’Escritas e semifinalistas do Prémio Oceanos. Está editada na Colômbia, em Espanha, em França (com a plaquete La Ville Oubliée) e no Brasil. Formada em Jornalismo pela Universidade de Westminster, em Londres, é mestre em Estudos Portugueses e Brasileiros pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Está representada em várias antologias em Portugal e no estrangeiro (Venezuela, México, Grécia, Bulgária, Países Baixos ou Eslovénia). Como argumentista, destaca-se o seu guião para Jogo de Damas, com a realizadora Patrícia Sequeira — Prémio de Melhor Guião nos Festivais de Cinema do Chipre e de Copenhaga.