Recados do Tempo do Menino Jesus

Recados do Tempo do Menino Jesus

Histórias de natal para crianças

ISBN: 978-972-37-0503-4
Edição/reimpressão: 12-1998
Editor: Assírio & Alvim
Código: 78343
Coleção: Assirinha
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SINOPSE

Pedro Strecht é médico de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, e tem vindo a colaborar com várias instituições de apoio a crianças desfavorecidas. Publicou os livros "Crescer Vazio - Repercussões Psíquicas do Abandono, Negligência e Maus Tratos em Crianças e Adolescentes" e Preciso de Ti - Perturbações Psicossociais em Crianças e Adolescentes", ambos com grande sucesso. Colabora na revista "Pais e Filhos".
"Recados do Menino Jesus" é, como diz o autor, um conjunto de histórias de Natal para crianças, que ele dedica às crianças da Casa Pia de Lisboa (aliás, os valores obtidos com a venda deste livro serão doados integralmente a instituições de apoio às crianças em risco). São 10 histórias, acompanhadas de desenhos de Pedro Proença, "recados" do menino Jesus às crianças que somos ou ainda somos, porque "os homens... não gostam de esquecer como é isso de ser criança, e muitas vezes lembram-se, voltando a viver felizes essas recordações..."



Chama-se "Ser Criança e Ser Adulto". É uma das histórias incluidas no livro e transcrevemo-la aqui por gentileza do editor.

Ser Criança e Ser Adulto

Dizem que o menino Jesus nasceu há alguns mil anos. Em princípio, tantos quantos aqueles que nós escrevemos nos nossos cadernos, quando nos ensinam a pôr a data antes de cada lição de Escola. É já muito tempo, não acham verdade?

O que me dá para pensar é assim: por que é que tendo ele estes anos todos, ainda lhe chamam menino? Menino de idade já não é, com toda a certeza, mas ninguém gosta de lhe chamar adulto Jesus ou, se passar ainda mais tempo, velhote Jesus. Com esses nomes, de certeza que ficava tão esquisito como os flamingos do Jardim Zoológico, quietos numa pata só.

O que parece que se ouve dizer, é que Jesus veio ao Mundo no dia 25 de Dezembro, faz esses anos todos que já contei. Era um menino bonito, que nasceu num sítio vulgar e sem nada de especial, mas com toda a importância - que é muita, como a água dos mares inteira - que isso tem para cada nova criança que cá chega ao Mundo. A cidade dele era Belém, e o que mais interessa é que desde então se passou a achar que era fantástico cada um saber em que sítio é que primeiro tinha conhecido esta vida, quer dizer, o local onde nasceu, quer fosse longe, quer fosse perto. E mesmo que depois não se ficasse aí para viver, era bom sabermos por onde é que tudo tinha começado...

Ora, há um instante, contava-vos eu que isto se tinha passado fazia já muitos séculos, que quer dizer não sei quantas vezes 100 anos. Tanto! Bem, Jesus foi menino o tempo que os meninos costumam ser, e depois chegou com certeza adulto grande. E sabem, quando se chega a crescido, todos os meninos e meninas pensam depois arranjar uma família, mulher e marido e filhos pequeninos. Assim ficamos a ser Pais, e quando os nossos filhos têm filhos, chamam-nos então de Avós.

Que se saiba, o menino Jesus, quando cresceu, não chegou a ter filhos e portanto, dizem que também não teve netos. E não foi por não gostar de se apaixonar ou pensar nisso, mesmo quando chegou a grande, e em vez de menino Jesus já gostava que o chamassem de Jesus Cristo. É que Jesus Cristo, quer dizer, o menino Jesus crescido, sempre gostou de ser um adulto muito especial. E como não viveu assim lá muitos anos, decidiu aproveitar o tempo para nunca esquecer que bonito era saber sempre guardar uma parte de menino.

Como ele achava isto importante, não pensou em mais nada a não ser deixar o recado que os grandes podem sempre ser pequenos, ou explicado ainda com mais cautela, que os adultos podem ter eternamente um pedaço de criança. E não esquecerem nunca isso.

Os homens e meninos normais, como eu e tu, não gostam de esquecer como é isso de ser criança, e muitas vezes lembram-se voltando a viver felizes todas essas recordações... Primeiro com os filhos que têm; depois com os filhos destes, que são os netos. E por aí fora, com todos os meninos e meninas que há; e aí sabem ver como isso é maravilhoso!

O menino Jesus, mesmo quando tinha barba e bigode à senhor Jesus Cristo, nunca esqueceu nada desta história. E a lição que ele quis dar (e penso que esta aqui não se aprende lá na Escola) é que todos os homens e mulheres deste Mundo, mesmo antes, durante ou depois de serem Pais ou Avós, podem saber guardar lá dentro a ideia bem boa da criança que foram. Toda e inteira, deliciosa como um gelado preferido, e bem quente no sítio de guardar recordações que se chama coração.

Jesus Cristo, quando morreu, foi para o Céu. Apesar de ser já adulto crescido, tinha o maior coração de menino que até hoje alguém viu. Enorme, enorme!... Para os que acreditam nisto que os povos contam, embora cada um à sua maneira, Jesus espera vê-los um dia lá no sítio onde ele mora e se chama Céu.

Com ele, parece que já vivem todos os que tinham assim o pensamento a brilhar e o coração a bater. Aos que chegaram lá pela estrada do pensamento, costumamos chamar "santos", que são sempre mais do que até parece. Os que para lá foram pelo caminho do coração, respondem ao nome de "anjos". Parece que a todos eles juntos, Jesus chama "filhos" (ou netos), e estes somados dão tantos quantos os que viveram cá na terra. O que é mais cómico é que se ouve dizer que no Céu, todos juntos brincam ainda muitos jogos de crianças.

Grande farra. Aquilo é que deve ser uma festa e pêras!

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DETALHES DO PRODUTO

Recados do Tempo do Menino Jesus
ISBN: 978-972-37-0503-4
Edição/reimpressão: 12-1998
Editor: Assírio & Alvim
Código: 78343
Coleção: Assirinha
Idioma: Português
Dimensões: 146 x 211 x 6 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 72
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Infantis e Juvenis > Literatura Juvenil
Pedro Strecht nasceu em 1966. Terminou o curso de Medicina em 1989 (Universidade Nova), é especialista em Psiquiatria da Infância e Adolescência (Pedopsiquiatria) desde 1995 e autor de mais de cinquenta livros. Fez estágios na sua área clínica em Londres e Oxford. Exerceu diversas funções ao longo da sua vida profissional: foi professor do Ensino Secundário e do Ensino Superior, médico no Hospital de Dona Estefânia, no Chapitô, nos Centros Educativos da Bela Vista e Padre António de Oliveira, no Centro Dr. João dos Santos — Casa da Praia, que dirigiu enquanto IPSS e na Cooperativa A Torre. Foi supervisor do Projeto de Apoio à Família e à Criança Maltratada, colunista da revista Pais e Filhos e do jornal Público, coordenou a Equipa de Intervenção Psicossocial do Gabinete de Reconversão do Casal Ventoso e também a Equipa de Intervenção em Crise da Casa Pia de Lisboa. Trabalhou na ART — Associação de Respostas Terapêuticas e num Lar de Infância e Juventude Especializado, GPS (em Castro Verde). Recentemente, presidiu à Comissão de Investigação de Abusos Sexuais de Crianças por Membros da Igreja Católica Portuguesa, tendo sido distinguido em equipa com a medalha de ouro do Prémio Direitos Humanos, atribuído pela Assembleia da República. Atualmente, trabalha em consulta privada em Lisboa. Tem como outros interesses fundamentais a música, a literatura, a escrita, o desporto e a natureza. É casado, pais de três filhos e tem uma cadela. Sabe muito bem que não é perfeito e, por isso mesmo, continua a gostar de trabalhar com crianças e adolescentes e respetivos pais, com quem sente que todos os dias aprende a ser melhor médico e melhor pessoa. Numa época de afirmação da ciência e tecnologia, guiada por fatores económicos, gosta de valorizar todas as formas de expressão artística e, um dia, aspira a ser apenas reconhecido enquanto humanista.
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