2017-11-06

«Como assim Mário como assim Cesariny como assim ó meu deus de Vasconcelos?»

Poesia reúne obra poética do grande surrealista português

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A Assírio & Alvim publica a 9 de novembro Poesia, livro que pela primeira vez reúne a obra poética de Mário Cesariny.

Esta edição inclui os emblemáticos Manual de Prestidigitação, Primavera Autónoma das Estradas, reeditados recentemente, Pena Capital, Nobilíssima Visão, A Cidade Queimada, O Virgem Negra e ainda «Outros poemas», conjunto de textos retirados dos livros pelo autor. Foram deliberadamente excluídos alguns picto-poemas e poemas dramáticos, que serão publicados no futuro. Poesia foi organizado e editado por Perfecto E. Cuadrado, que no prefácio que assina escreve: «Há uma década já que o navio-mário largou o cais para se aventurar no nevoeiro à procura do mistério da pirâmide, depois de ter bebido das águas daquele lugar tenebroso e cantante onde se juntam todas as nascentes. Mário foi, antes de mais, um homem livre e luminoso que cada dia inaugurava o dia na noite da caverna e que soube encontrar mil tempos novos para o verbo amar.»
queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar de uma rosa de espuma

SOBRE O AUTOR

Mário Cesariny de Vasconcelos nasceu em Lisboa, em 1923. Em Paris conheceu André Breton e, regressado a Portugal, foi um dos principais fundadores do movimento surrealista português. A sua postura polémica na defesa de um surrealismo autêntico levou-o, porém, a deixar o grupo no ano seguinte para criar, com Pedro Oom e António Maria Lisboa, o grupo surrealista dissidente. Foi um dos mais brilhantes poetas portugueses do século XX e desenvolveu também um percurso absolutamente notável no campo das artes plásticas. Em 2002 foi distinguido com o Grande Prémio EDP de Artes Plásticas e em 2005 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, entregue pelo então Presidente da República Jorge Sampaio. Faleceu em 2006.