2024-04-11

Breve, mas de uma excecional intensidade

Entre Sílabas e Lavas, a poesia completa de Nuno Guimarães

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A obra de Nuno Guimarães, que nos legou apenas dois livros e um número restrito de poemas não publicados e dispersos, tem a força de um gigante desconhecido capaz de nos fascinar ao longe. Cúmplices e herdeiros das inovações propostas pela Poesia 61, os poemas reunidos em Entre Sílabas e Lavas são feitos de versos burilados e tersos.

 

Nas palavras de Herberto Helder: «Que a sua obra nos não descanse. Para a merecermos, que ela bem merece.» Elogiado também por outros nomes de referência como Ruy Belo, Gastão Cruz, Gil de Carvalho ou Fernando J.B. Martinho, já é tempo de um público mais amplo apreciar a intensidade deste autor desaparecido tão precocemente. A presente edição inclui a transcrição completa da única entrevista dada em vida, a Maria Teresa Horta, constituindo uma chave importante para entender a poesia portuguesa das décadas de 1960 e 1970. A organização, os textos e as notas são de Fernando Guimarães.

 

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 18 de abril.

 

VI

 

E, no entanto, há mapas, há sistemas

de orientação indica dores:

é ali, em tal lugar, em tal

memória.

 

SOBRE O AUTOR

Nuno Guimarães nasceu em Vila Nova de Gaia a 29 de agosto de 1942. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Coimbra. Depois de ter servido em Angola, onde casa e exerce o professorado, regressa ao Porto para continuar a dar aulas. Embora tenha colaborado em várias antologias e revistas de poesia, estreia-se em livro com Corpo Agrário (1970), a que se seguirá Os Campos Visuais (1973). Morreu a 15 de agosto de 1973, com trinta anos.