Prosa Íntima e de Autoconhecimento

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SINOPSE

«Os textos do presente volume não são constituídos por desabafos e confidências susceptíveis de chocar ou surpreender, eventualmente, o leitor. As aqui denominadas prosas íntimas não são necessariamente mais sentidas, mais psicologicamente profundas, ou mais espiritualmente verdadeiras do que outras páginas de Pessoa. Distinguem-se delas por incidirem mais directamente sobre a sua vida quotidiana, as suas relações com os outros e consigo próprio, as suas ânsias e angústias, o seu sonho de imortalidade, a sua evolução como escritor, o porquê e o como do seu desdobramento em outros. Incluímos textos sobre o Paulismo, o Interseccionismo e o Sensacionismo por estes "movimentos" estarem estreitamente ligados à doutrina da heteronímia e por derivarem de Pessoa, sendo uma exteriorização de alguns princípios que deviam guiar o pensar e o agir íntimos do autor […]. O Neopaganismo inclui-se no mesmo caso. O "autoconhecimento" mencionado no título é, em boa parte, uma autocrítica, muitas vezes mediada por interpostas pessoas — os espíritos astrais que, nas comunicações mediúnicas, censuram o seu "discípulo" por não se relacionar com mulheres; o semi-heterónimo Barão de Teive, que se suicida por ser excessivamente racional e por não conseguir cumprir os seus projectos literários; a pobre corcunda Maria José, que ama com uma paixão intensíssima, mas nunca sai da janela de onde olha a vida a passar, a passar… […]» Do Prefácio de Richard Zenith, editor da obra.

Esta edição inclui textos introdutórios de Richard Zenith e traduções de Manuela Rocha, nos casos em que os fragmentos se apresentam originalmente em inglês ou francês. Publicada pela primeira vez em Abril de 2007, esta obra é agora reeditada com importantes aperfeiçoamentos, resultantes de uma profunda revisão por parte do seu organizador.
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DETALHES DO PRODUTO

Prosa Íntima e de Autoconhecimento
ISBN: 978-972-37-2001-3
Edição/reimpressão: 11-2017
Editor: Assírio & Alvim
Código: 78710
Idioma: Português
Dimensões: 159 x 244 x 36 mm
Encadernação: Capa dura
Páginas: 480
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros > Livros em Português > Literatura > Outras Formas Literárias
Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa literatura, conhecido mundialmente. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século xx. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como «correspondente estrangeiro». Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros e outros, a revista Orpheu, que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista Orpheu (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, Mensagem (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.
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